quinta-feira, julho 21, 2011

silêncio



Adormeci sentindo seu cheiro. Imagino que talvez pra me dizer, em voz alta, que sinto falta da sua alegria em mim. Da sua boca ao sorrir convidava os olhos, apagando a dureza do resto. Nem sempre o acordar e me ver, lamento que não sei como lamentar. Quis arrancar da nossa história o absurdo das coisas. Mudei o criado-mudo de lugar na tentativa de alterar um desfecho. Dormi como se amanhã pudesse ser de fato outro dia. Mas foi na cama vazia e leve que acordei. O silêncio ecoando fúria. Sem o medo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Paradoxalmente o silêncio ecoa fúria.
Divinamente sem o medo.
Talvez porque não exista razão de existi-lo...

E o silêncio...?
Ah o silêncio... ele é tão assertivo... Ele pode produzir todas as indignações diante de algo.
Possuidor de fúria então... gostaria de poder te-lo escutado...

Maricota disse...

eu gosto também do silêncio ecoando fúria, da imagem, do vazio.