terça-feira, agosto 23, 2011

renda, sonho, vestes

foto: Praia das Paredes Vitoria - Leiria - paulo rodrigues


Minhas Vestes eram brancas, andava e ficava escutando o som das ondas
Em vez de tomar café caminhei até o som e me sentei
olhando as borbulhas brancas de uma renda que se transformava a cada vez que chegava aos meus pés
E sorria quando sentia entre os dedos sua força indo e vindo
Na louca vontade de sentir mais que só os pés,
Caminhei, nadei, no mergulho profundo senti,
Era gelado, rugoso e impedosa a ostra,
Navalha em minha carne, ao virar pude ver o rastro vermelho,
A tampa da sola do pé se foi
Não chorei, nem reclamei abrigo
Senti as mãos e o cuidado maternal
com aquele esparadrapo envolto no ponto falso
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Do tempo que eu era criança
Eu hoje tive um pesadelo e levantei atenta, a tempo...



Um comentário:

Aline disse...

Lembro de você me contando essa história no caminho para Leipzig, se lembra? só passamos aquela tarde no museu de Bach. Contava pausadamente e baixinho com a voz rouquinha, nunca mais nos falamos.Sua voz ainda é assim? a tati tem a voz rouca rouca, as vezes me lembra sua voz, faz 11 esse anos. o tempo passa não?! saudade de vc... ela sempre pergunta sobre a madrinha.